segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

E porque não consigo ficar indiferente...

...ao programa e ao que tudo isto me provoca.

A primeira vez que vi a publicidade ao programa televisivo "Super Nanny", pensei: "- Como é possível as famílias se exporem deste modo e mais grave, exporem as crianças a isto?".
Hoje, umas horas após ter visto o programa, continuo incrédula.
Fico indignada com o  modo vil com que a televisão se aproveita das fragilidades e dos problemas que se vivem no seio de tantas famílias, para alcançar audiências. 
E não querendo fazer mais juízos em relação às famílias que concordaram aliar-se a isto, quero acreditar que, como qualquer outro pai, o que os move é o amor incondicional aos seus filhos.
Na minha opinião, desengane-se quem acha que este programa está a ser educativo, nunca num formato como este!
Nunca expondo publicamente a vida privada de uma criança e da sua família, sujeitando-as a juízos de valor e a "represálias" imediatas e futuras.

Não tenho conhecimentos técnicos ou científicos suficientes para dizer, seja o que for, em relação às questões apresentadas e à postura da "Super Nanny" ou  às estratégias e conselhos dados, acredito que daqui a nada, muitos entendidos na matéria o farão, e bem!
Mas pelo que sei, na relação parental cabe aos pais o papel de educar, de encontrar respostas, de procurar ajuda se necessário, deste modo acredito que deverão ser sempre os pais os grandes protagonistas nunca as crianças. 
Porque não criar um programa que se foque em nós pais, no modo como nos envolvemos com os nossos filhos, que nos faça reflectir no tipo de relações que construímos  e consequentes comportamentos e atitudes que daí surgem (nossos e deles). 
Porque não um programa num formato educativo e abrangente, que  nos ensine a encontrar a "nossa" melhor forma de estar e de agir, sem colocar na berlinda os direitos à privacidade e intimidade das crianças.
Os meios de comunicação, que são por excelência um veículo fabuloso para a informação e educação das massas, falharam redondamente ao expor uma questão tão pertinente como se de um programa de entretenimento se tratasse... 

Longe de mim ser ou querer ser mãe perfeita, pelo contrário, acredito que tenho tanto para aprender e que dias há em que me sinto a pior das piores. No entanto, como mãe e como cidadã, não posso deixar de partilhar publicamente o meu repúdio por aquele que me parece ser um, ou quem sabe "o" pior programa que alguma vez vi em tv.


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